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Entrevista com Abilio Diniz

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Entrevista concedida aos jornalistas Raquel Landim e David Friedlander, publicada na “Folha de S. Paulo”, em 24.08.2014. Folha - Quais deveriam ser as prioridades do próximo governo? Abilio Diniz - Fiz parte da câmara de gestão do governo Dilma. Foi frustrante. Não sinto que tenha feito grande coisa, mas me deu mais conhecimento sobre o governo. A primeira sensação é: o país não é ingovernável, mas é ingerenciável . Não dá para ter 39 ministérios. Eu sou um bom gestor e não consigo administrar mais de 12 pessoas abaixo de mim. Por que temos 39 ministérios? Temos 39 ministérios, porque os presidentes ficam reféns dos compromissos de campanha e dos acordos no Congresso para governar. O Brasil precisa de uma reforma política, que repense o financiamento de campanha, ponha ordem na quantidade de partidos. O Brasil tem 30 partidos. Não tem sentido. Gestão é colocar as pessoas certas nos lugares certos. No governo, as pessoas são colocadas nos cargos públicos em virtude dos compromissos ...

Nota de Romário sobre o futebol brasileiro

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  Galera, Passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada! Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente. Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado essa vitória histórica. Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de atitude do treinador de mudar o time. Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge d...

Por que escolhemos Dilma Rousseff

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Editorial publicado no portal da CartaCapital, assinada por Mino Carta , em 04/07/2014, com última modificação em 05/07/2014 12:16. Começa oficialmente a campanha eleitoral e CartaCapital define desde já a sua preferência em relação às candidaturas à Presidência da República: escolhemos a presidenta Dilma Rousseff para a reeleição. Este é o momento certo para as definições, ainda mais porque falta chão a ser percorrido e o comprometimento imediato evita equívocos. Em contrapartida, estamos preparados para o costumeiro desempenho da mídia nativa, a alegar isenção e equidistância enquanto confirma o automatismo da escolha de sempre contra qualquer risco de mudança. Qual seria, antes de mais nada, o começo da obra de demolição da casa-grande e da senzala. O apoio de CartaCapital à candidatura de Dilma Rousseff decorre exatamente da percepção de que o risco de uns é a esperança de outros. Algo novo se deu em 12 anos de um governo fustigado diária e ferozmente pelos porta-vozes da ca...

Açaí, farmácias, belíndia e a wonderland

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Comentário postado por um anônimo na postagem “ Preparação Emergencial de Ressurreição ” Quem está com a razão? o que é certo ou errado? de que lado estamos? A periferia de Belém me deu mais uma lição de como os primeiros hominídeos viventes neste planeta escaparam da extinção: se adaptando ao meio e aos outros hominídeos. Nos shoppings de Belém se vende açaí misturado a outros insumos de baixo valor, uma coisa que as autoridades e a sociedade de consumo admitem como chique. Na periferia faz-se o mesmo, só que os aditivos são outros - comestíveis como a farinha e a goma disponíveis nas feiras, mas a mídia e o governo querem chocar a opinião pública e nos levar a achar o fato mais condenável do que seria. No centro da cidade e nas "mainstreets" dos bairros, big-ben e extra-farma disputam cada esquina lado-a-lado; mas lá na periferia distante, a compra de um medicamento básico pode signficar uma jornada por madrugadas chuvosas e perigosas - isso se não depender da receita ...

Entrevista com José Mujica

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Entrevista concedida ao jornalista Alessandro Giannini e publicada no “Estadão” em 28.06.2014 O sr. considera as leis da maconha, do casamento gay e do aborto seu principal legado? Não. São temas que têm importância numa sociedade laica, a mais laica da América Latina. Mas de jeito nenhum podem substituir temas históricos que são essenciais: as abismais diferenças de classe que existem na sociedade. As leis não resolvem o problema da desigualdade e a tendência crescente no mundo contemporâneo de acentuá-la. E o tema da liberdade é uma questão capital para os seres humanos. Portanto, dou importância a essas questões, mas dentro da lógica de uma sociedade diferente. Há muito tempo, o Uruguai fez essa divisão entre Igreja e Estado. Reconheceu a prostituição e a regulamentou como profissão. Reconheceu o divórcio pela vontade exclusiva da mulher. Reconheceu o voto feminino muito antes de outros países. Temos uma tradição cultural nesse sentido. Pode ser surpreendente para quem vê de fora...

Nota à imprensa anuncia aposentadoria de José Sarney

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O senador José Sarney (PMDB-AP) manifestou-se, agora há pouco, a respeito do episódio ocorrido nesta segunda-feira (23) em Macapá, por ocasião do evento do programa Minha Casa Minha Vida , do Governo Federal, em que foi hostilizado por militantes partidários de declarada oposição a ele. Era esperado que isso pudesse ocorrer, diz, primeiro pelo acirramento do pleito eleitoral que se avizinha, segundo, pela própria mobilização feita com esse propósito, fato este do conhecimento de todos. Sarney diz ter sido convidado pessoalmente pela amiga e aliada Dilma Rousseff, presidente do Brasil e entusiasta do programa de habitação popular iniciado ainda na gestão de Luís Inácio Lula da Silva, outro companheiro de sua estima. Sarney foi, mais uma vez, diplomático, seguiu o protocolo que o evento exigia, para prestigiar a amiga Dilma e os amapaenses beneficiados pelo programa. Diz também ter recebido no evento – como ocorre por onde quer que vá no país e fora dele – o carinho e a consideração d...

Fisco Essencial

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Artigo escrito por Charles Alcântara, Auditor Fiscal e ex-presidente do Sindifisco/PA Polícia para quem precisa... Fisco para quem precisa... Não por causa dos policiais, mas das regras do sistema jurídico-político vigente, quem mais teme a polícia e a “justiça” é bandido pobre. Estão aí as delegacias e penitenciárias a confirmar essa dura realidade. O bandido rico mais impune no Brasil é o sonegador. Este só é incomodado, quando muito, pelo Fisco. O grande sonegador financia campanhas eleitorais, interfere nas decisões dos governantes e políticos financiados por ele e compra proteção estatal. Ao grande sonegador interessa que o Fisco mantenha-se frágil, desaparelhado e suscetível à interferência externa. O sonegador é o grande prestigiado e beneficiado pelo governo estadual quando este retarda a nomeação dos 151 auditores e fiscais aprovados em concurso público realizado em setembro de 2013. O governo faz bem – e faz certo – ao nomear 385 policiais civis aprovados em concurso ...