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Delfim Netto: governo destruiu a indústria e tem que reconstruí-la

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Folha - Qual é a leitura econômica do resultado da eleição? Delfim Netto - A presidente Dilma recebeu um voto de confiança. O que o Brasil quer está na Constituição de 1988: uma sociedade em que haja plena liberdade de iniciativa e exista uma política consciente de aumento da igualdade de oportunidades. A vida do cidadão tem que ser menos dependente do lugar onde ele nasceu. E o Brasil quer uma sociedade em que aqueles que não tiveram a sorte de ter encontrado seu caminho sejam assistidos e preparados para viver sua vida com dignidade. E os eleitores de Aécio Neves? Na minha opinião, um problema sério prejudicou Aécio. Ele foi apoiado por um grande número de pessoas com preconceito gigantesco. É o sujeito que diz: "Eu me fiz por conta própria, eu trabalhei, eu estudei. Não fui como esses vagabundos". O que é um equívoco monumental. As pessoas entendem. O sujeito que está hoje recebendo o Bolsa Família ou com o programa Minha Casa Minha Vida ou sendo beneficiado pelo ProUn...

Tim Cook: um manifesto à tolerância

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“Ao longo da minha vida profissional, eu tentei manter um nível básico de privacidade. Eu venho de origem humilde, e não procuro chamar a atenção para mim. A Apple já é uma das empresas mais atentamente observadas em todo o mundo, e eu gosto de manter o foco em nossos produtos e nas coisas incríveis que nossos clientes podem alcançar com eles. Ao mesmo tempo, eu acredito profundamente nas palavras do Dr. Martin Luther King, que disse que a pergunta mais persistente e urgente da vida é: ‘O que você está fazendo para os outros?’. Eu muitas vezes me desafiei com esta pergunta, e acabei percebendo que o meu desejo de privacidade pessoal tem me impedido de fazer algo mais importante. Isso é o que me levou até o dia de hoje. Por anos, eu fui aberto com muitas pessoas sobre a minha orientação sexual. Vários de meus colegas na Apple sabem que sou gay, e isso não parece fazer diferença na maneira como eles me tratam. Claro, eu tive a sorte de trabalhar em uma empresa que adora a criatividade...

Entendendo o Propinoleoduto da Petrobras

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> O CASO Paulo Roberto Costa, preso em março na Operação Lava-Jato, aceitou dar detalhes sobre esquema de desvio de dinheiro de contratos da estatal com empresas. Após acordo de delação premiada, o ex-diretor teria denunciado pelo menos 25 políticos vinculados a três partidos (PT, PMDB e PP). A revelação de parte do conteúdo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras provocou muita tensão nos comitês das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da ex-senadora Marina Silva (PSB). De acordo com reportagem publicada pela revista "Veja", Paulo Roberto Costa teria citado os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB); a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA); o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB); o ministro Edison Lobão (Minas e Energia); o presidente do PP, Ciro Nogueira; o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; o senador Romero Jucá (PMDB-RR); e os deputados Cândi...

Entrevista com Abilio Diniz

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Entrevista concedida aos jornalistas Raquel Landim e David Friedlander, publicada na “Folha de S. Paulo”, em 24.08.2014. Folha - Quais deveriam ser as prioridades do próximo governo? Abilio Diniz - Fiz parte da câmara de gestão do governo Dilma. Foi frustrante. Não sinto que tenha feito grande coisa, mas me deu mais conhecimento sobre o governo. A primeira sensação é: o país não é ingovernável, mas é ingerenciável . Não dá para ter 39 ministérios. Eu sou um bom gestor e não consigo administrar mais de 12 pessoas abaixo de mim. Por que temos 39 ministérios? Temos 39 ministérios, porque os presidentes ficam reféns dos compromissos de campanha e dos acordos no Congresso para governar. O Brasil precisa de uma reforma política, que repense o financiamento de campanha, ponha ordem na quantidade de partidos. O Brasil tem 30 partidos. Não tem sentido. Gestão é colocar as pessoas certas nos lugares certos. No governo, as pessoas são colocadas nos cargos públicos em virtude dos compromissos ...

Nota de Romário sobre o futebol brasileiro

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  Galera, Passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada! Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente. Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado essa vitória histórica. Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de atitude do treinador de mudar o time. Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge d...

Por que escolhemos Dilma Rousseff

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Editorial publicado no portal da CartaCapital, assinada por Mino Carta , em 04/07/2014, com última modificação em 05/07/2014 12:16. Começa oficialmente a campanha eleitoral e CartaCapital define desde já a sua preferência em relação às candidaturas à Presidência da República: escolhemos a presidenta Dilma Rousseff para a reeleição. Este é o momento certo para as definições, ainda mais porque falta chão a ser percorrido e o comprometimento imediato evita equívocos. Em contrapartida, estamos preparados para o costumeiro desempenho da mídia nativa, a alegar isenção e equidistância enquanto confirma o automatismo da escolha de sempre contra qualquer risco de mudança. Qual seria, antes de mais nada, o começo da obra de demolição da casa-grande e da senzala. O apoio de CartaCapital à candidatura de Dilma Rousseff decorre exatamente da percepção de que o risco de uns é a esperança de outros. Algo novo se deu em 12 anos de um governo fustigado diária e ferozmente pelos porta-vozes da ca...

Açaí, farmácias, belíndia e a wonderland

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Comentário postado por um anônimo na postagem “ Preparação Emergencial de Ressurreição ” Quem está com a razão? o que é certo ou errado? de que lado estamos? A periferia de Belém me deu mais uma lição de como os primeiros hominídeos viventes neste planeta escaparam da extinção: se adaptando ao meio e aos outros hominídeos. Nos shoppings de Belém se vende açaí misturado a outros insumos de baixo valor, uma coisa que as autoridades e a sociedade de consumo admitem como chique. Na periferia faz-se o mesmo, só que os aditivos são outros - comestíveis como a farinha e a goma disponíveis nas feiras, mas a mídia e o governo querem chocar a opinião pública e nos levar a achar o fato mais condenável do que seria. No centro da cidade e nas "mainstreets" dos bairros, big-ben e extra-farma disputam cada esquina lado-a-lado; mas lá na periferia distante, a compra de um medicamento básico pode signficar uma jornada por madrugadas chuvosas e perigosas - isso se não depender da receita ...