Entrevista de Cristiano Kok à Folha de S. Paulo
Entrevista concedida ao jornalista DAVID FRIEDLANDER, publicada na Folha de S. Paulo em 19.03.2015. Folha - Ao todo, quanto vocês pagaram de propina nos contratos da Petrobras? Cristiano Kok - Foram R$ 6 milhões a R$ 7 milhões num contrato de R$ 700 milhões da refinaria Abreu e Lima, e mais uns R$ 3 milhões na refinaria de Cubatão. Pagamos em prestações mensais para três empresas do Alberto Youssef, como se fosse prestação de serviços. Quando começou a Lava Jato, ficamos sem dinheiro e paramos tudo. Só que Youssef tinha duplicatas assinadas por nós e as descontou no banco. O banco veio atrás e tivemos que pagar para não ficar com o nome sujo. Para quem ia o dinheiro? Não sei. José Janene [ex-deputado do PP] indicou o Youssef e ele dizia: 'Paga isso aqui, paga aquilo ali'. Não sei para onde o dinheiro ia e só soube que as empresas eram do Youssef muito depois. O sr. não desconfiava que o dinheiro era para políticos? Como a indicação do Youssef foi política, evidentemente ...