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Entrevista com Camille Paglia

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Entrevista concedida à Fernanda Mena , publicada na Folha de São Paulo, em 24.04.2015. Folha - Você é feminista ou antifeminista? Camille Paglia - Eu certamente sou uma feminista. 100%. Os motivos pelos quais eu discordo de boa parte das feministas de hoje é que minha militância começou no início dos anos 60, antes da reviravolta que o movimento teve no final daquela década. Eu dei uma aula na semana passada na qual eu falava sobre o filme "Núpcias de Escândalo", com Katharine Hepburn. A mãe da atriz era uma das líderes da campanha pelo sufrágio das mulheres, e a própria atriz, antes da Segunda Guerra Mundial, estava participando das manifestações de sufragistas. Eu estava obcecada também por Amelia Earhart, pioneira da aviação e uma dessas mulheres emancipadas dos anos 20 e 30. Eu admiro demais essa geração de mulheres. Porque elas não atacavam os homens, não insultavam os homens e não apontavam os homens como fonte de todos os problemas das mulheres. O que elas pediam...

As 14 Estações da Via Crucis

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A Via Crucis (Caminho da Cruz) é o trajeto, ainda hoje existente em Jerusalém, trilhado por Jesus, desde o Pretório, onde foi condenado, até o Monte Calvário, onde foi crucificado. A caminhada de Jesus, carregando a própria cruz, foi narrada em detalhes por muitos historiadores da época e é hoje resumida em 14 atos, notados como os pontos cruciais da Via. São as 14 Estações: 1ª  Estação: Jesus é condenado à morte 2ª  Estação: Jesus carrega a cruz às costas 3ª  Estação: Jesus cai pela primeira vez 4ª  Estação: Jesus encontra a Sua Mãe, Maria 5ª  Estação: Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz 6ª  Estação: Verônica limpa, com um lenço, o rosto de Jesus 7ª  Estação: Jesus cai pela segunda vez 8ª  Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém 9ª  Estação: Jesus cai pela terceira vez 10ª Estação: Jesus é despojado de Suas vestes 11ª Estação: Jesus é pregado na cruz 12ª Estação: Jesus morre na cruz 13ª Estação: Jesus é descido da cruz ...

Entrevista de Cristiano Kok à Folha de S. Paulo

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Entrevista concedida ao jornalista DAVID FRIEDLANDER, publicada na Folha de S. Paulo em 19.03.2015. Folha - Ao todo, quanto vocês pagaram de propina nos contratos da Petrobras? Cristiano Kok - Foram R$ 6 milhões a R$ 7 milhões num contrato de R$ 700 milhões da refinaria Abreu e Lima, e mais uns R$ 3 milhões na refinaria de Cubatão. Pagamos em prestações mensais para três empresas do Alberto Youssef, como se fosse prestação de serviços. Quando começou a Lava Jato, ficamos sem dinheiro e paramos tudo. Só que Youssef tinha duplicatas assinadas por nós e as descontou no banco. O banco veio atrás e tivemos que pagar para não ficar com o nome sujo. Para quem ia o dinheiro? Não sei. José Janene [ex-deputado do PP] indicou o Youssef e ele dizia: 'Paga isso aqui, paga aquilo ali'. Não sei para onde o dinheiro ia e só soube que as empresas eram do Youssef muito depois. O sr. não desconfiava que o dinheiro era para políticos? Como a indicação do Youssef foi política, evidentemente ...

Entrevista de Nouriel Roubini à Folha

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Entrevista ao jornalista Raul Juste Lores, em WASHINGTON, em 16/03/2015, para a Folha.com Folha - O sr. disse que está "cautelosamente otimista" com o Brasil. Por quê? Nouriel Roubini - Os investidores estão céticos porque veem fraqueza política da presidente e acham que o ajuste não vai acontecer. Assim, o real continua caindo. Mas a presidente não tem escolha. A menos que seja irracional ou politicamente suicida, o que não acredito que seja, ela vai insistir no ajuste, como disse no discurso de domingo. Quando o Brasil vai voltar a crescer? Se ela fizer o ajuste agora e mudar suas políticas, terá um ano muito difícil, sem crescer ou com pequena recessão. No ano que vem será um pouco melhor, pode crescer até 1,5% e ter outros dois anos de crescimento OK. Se não o fizer, o real sofrerá queda livre, o Brasil vai perder o grau de investimento. Ela sabe que o segundo mandato poderá se tornar um desastre. A presidente culpou a crise internacional. O sr. concorda? Certament...

O crime compensa na Sapucaí

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Não basta reclamar da Beija-Flor, que levantou o troféu com patrocínio do sanguinário ditador da Guiné Equatorial. Uma conversa a sério sobre o financiamento do Carnaval do Rio precisa discutir os repasses de verba pública às escolas de samba e o controle da festa mais popular do país por uma entidade ligada ao crime, com as bênçãos do Estado e da prefeitura. A escola campeã, comandada há décadas por um contraventor de Nilópolis, está longe de ser exceção. A simpática Portela tem como patrono um miliciano, a Mocidade Independente pertence a um capo dos caça-níqueis, a Imperatriz Leopoldinense está nas mãos de um ex-torturador que virou bicheiro. Os quatro já estiveram presos e continuam a reinar na Marquês de Sapucaí, onde têm livre acesso aos camarotes e são reverenciados por artistas e políticos. Eles mandam na Liesa, a liga que organiza os desfiles na Marquês de Sapucaí. Em 2008, uma CPI da Câmara Municipal do Rio concluiu que a entidade deveria disputar licitação se quisesse conti...

Delfim Netto: governo destruiu a indústria e tem que reconstruí-la

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Folha - Qual é a leitura econômica do resultado da eleição? Delfim Netto - A presidente Dilma recebeu um voto de confiança. O que o Brasil quer está na Constituição de 1988: uma sociedade em que haja plena liberdade de iniciativa e exista uma política consciente de aumento da igualdade de oportunidades. A vida do cidadão tem que ser menos dependente do lugar onde ele nasceu. E o Brasil quer uma sociedade em que aqueles que não tiveram a sorte de ter encontrado seu caminho sejam assistidos e preparados para viver sua vida com dignidade. E os eleitores de Aécio Neves? Na minha opinião, um problema sério prejudicou Aécio. Ele foi apoiado por um grande número de pessoas com preconceito gigantesco. É o sujeito que diz: "Eu me fiz por conta própria, eu trabalhei, eu estudei. Não fui como esses vagabundos". O que é um equívoco monumental. As pessoas entendem. O sujeito que está hoje recebendo o Bolsa Família ou com o programa Minha Casa Minha Vida ou sendo beneficiado pelo ProUn...

Tim Cook: um manifesto à tolerância

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“Ao longo da minha vida profissional, eu tentei manter um nível básico de privacidade. Eu venho de origem humilde, e não procuro chamar a atenção para mim. A Apple já é uma das empresas mais atentamente observadas em todo o mundo, e eu gosto de manter o foco em nossos produtos e nas coisas incríveis que nossos clientes podem alcançar com eles. Ao mesmo tempo, eu acredito profundamente nas palavras do Dr. Martin Luther King, que disse que a pergunta mais persistente e urgente da vida é: ‘O que você está fazendo para os outros?’. Eu muitas vezes me desafiei com esta pergunta, e acabei percebendo que o meu desejo de privacidade pessoal tem me impedido de fazer algo mais importante. Isso é o que me levou até o dia de hoje. Por anos, eu fui aberto com muitas pessoas sobre a minha orientação sexual. Vários de meus colegas na Apple sabem que sou gay, e isso não parece fazer diferença na maneira como eles me tratam. Claro, eu tive a sorte de trabalhar em uma empresa que adora a criatividade...