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Divisão só traria prejuízos ao Pará

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Matéria publicada em “O Liberal”, domingo, 14, no caderno Poder, página 05.   Lutfala Bitar   A divisão territorial do Pará pode varrer do mapa a força política e econômica do principal estado da região Norte do País. Dividido em três unidades federativas, cada um dos estados terá um peso no cenário nacional nada representativo - e ao contrário do tão sonhado desenvolvimento, os estados terão que administrar uma enorme gama de problemas. Esta é a conclusão do engenheiro Lutfala Bitar, vice-presidente da Associação Comercial do Pará (ACP). Para Bitar, a criação dos estados de Carajás e do Tapajós a partir da divisão do Pará trará prejuízos principalmente de ordem financeira.   Segundo o engenheiro, atualmente, as regiões Sul e Sudeste do País participam com cerca de 75% da riqueza territorial brasileira. Os outros 25%, lembra Bitar, estão distribuídos entre as regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste, ou seja, apenas um quarto da riqueza nacional se apresenta do ...

Conversando com os deputados

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  Gerson Peres   Temo pelo desprestígio popular de nossa Assembléia Legislativa do Pará. Fico preocupado com os estimados deputados estaduais, com algo inusitado que ocorre, por um largo tempo, com relação ao pedido da tomada do empréstimo de R$366.000.000 para ser aplicado em benefício do interesse público, pelo Governo do Estado.   Fui presidente da assembléia e compreendo suas preocupações quando lhes chegam pleitos desse tipo, ontem e hoje. Demora um pouco, este porém, está demorando demais. Sobretudo pelas peculiaridades que o cercam. A nossa AL é composta de 41 deputados, escolhidos pelos votos do povo, a quem a aplicação do empréstimo se destinará aos atendimentos administrativos diversos para as melhorias. Nossa AL, historicamente, sempre foi zelosa na busca das informações a todos os pleitos de recursos orçamentários, de créditos extraordinários ou de empréstimos. Nunca os negou, porém, mediante as claras e corretas informações como acaba de fazer a Gover...

Entrevista com o doutor Martin

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Entrevista publicada em “ O Liberal ”, na edição de domingo, 28.02.2010 .   BRASÍLIA Da Sucursal   O Pará, Estado mais importante da região Norte do País, está sujeito a perder toda sua força política e econômica para se retalhados em três unidades federativas com pesos iguais ao que representa hoje, no cenário nacional, o Amapá. A previsão negativa é do doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP), André Roberto Martin. Na sua avaliação, lideranças políticas com interesses pessoais estão usando o discurso fácil, de que uma possível separação poderá trazer investimentos futuros, para criar na população um sentimento pró-emancipação. Segundo Martin, os prejuízos às novas unidades federativas não são revelados e no final são bem maiores do que os investimentos prometidos. Em entrevista exclusiva ao repórter Thiago Vilarins, ele mostra que as últimas divisões territoriais para criação de novos Estados não foram bem-sucedidas, acarretando prejuízos...

The Times Square

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Neste triângulo, compreendido entre a Rua 42, a Sétima Avenida e a Broadway, os habitantes de Nova York têm compartilhado grande parte da história da cidade.   Dizem os nova-iorquinos que Manhattan é o centro do universo e a Times Square é a vitrine do mundo.   Como nenhum outro ponto em qualquer outra cidade, Times Square foi o retrato de cada uma das diferentes épocas dos últimos 100 anos.   Surgiu quando os EUA começavam a se impor como potência político-econômica e foi palco para celebridades instantâneas e estrelas consagradas.   No seu asfalto, americanos se desesperaram durante a Grande Depressão e se beijaram ao final das duas guerras mundiais.   A região chegou a se tornar um antro de traficantes, viciados e prostitutas, mas, foi revitalizada com investimentos de US$4 bilhões da Prefeitura de Nova York, que lhe trouxe de volta o glamour na virada de página do segundo milênio.   Na área em volta da Times Squares estão os ed...

Casar ou não casar…

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O que faz um casamento feliz e duradouro hoje em dia? Estamos livres de antigos padrões? O psicanalista, e feminista, Jacob Pinheiro Goldberg , em entrevista concedida para a Revista TPM , dá seu parecer.   O que leva as mulheres a se casarem hoje?   A idéia de um companheiro ou pai ainda é, e provavelmente sempre será, a prioridade. O segundo fator é o conceito romântico de amor. Outra constante é a tentativa de fuga da promiscuidade, do risco de vários parceiros. E, infelizmente, a mulher ainda tem jornada dupla de trabalho. Então, se ela encontra um parceiro capaz de dividir as responsabilidades, tem a vida facilitada. Mesmo a mulher autônoma ainda é submetida a uma pressão machista, violenta e cruel da sociedade. A mulher solitária é vista com desdém, com rejeição e suspeita. Por muitas vezes, ela procura o reconhecimento da sociedade através do casamento, que funciona como uma apólice de seguro. Me arrisco a dizer, num cálculo arbitrário, que entre 70% e 80...

Entrevista com Ab'Saber

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Atento aos estudos sobre os impactos das mudanças climáticas globais e às notícias sobre a Cúpula do Clima (COP-15) em Copenhague, Dinamarca, o geógrafo Aziz Ab'Sáber, 85, considerado referência no assunto, retifica a tese de que o planeta está mesmo aquecendo. Mas não acredita que as medidas apresentadas na conferência possam impedir esse processo.   O professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) classifica a conferência como "farsa". "Em um lugar com mais de 1.000 pessoas, não pode haver debate ou questionamentos", justifica.   Tampouco acredita nas metas levadas para a redução de emissão de CO2: "São metas irreais. Quando um país leva uma meta que vai reduzir 40%, por exemplo, não vai".   Ponderado, o professor, critica os que ele chama de "terroristas do clima": "Não tenho dúvida de que as causas (do aquecimento) não são tão perfeitas quanto eles pensam".   Ab'Saber estuda geografia há 68...

Entrevista com Ignacy Sachs

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Ignacy Sachs, 82 anos, economista e professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, concedeu, a Eliane Cantenhêde, colunista da Folha de São Paulo, a entrevista abaixo:   PERGUNTA - O pior da crise passou? IGNACY SACHS - Tem gente enterrando a crise rápido demais. E, ao dizer que tudo passou, que tudo está bem, que o que houve foi um pequeno acidente de percurso, nós não estamos aproveitando a oportunidade para melhorar nada, rediscutir as coisas, aprender com os erros.   PERGUNTA - O que é possível aprender? SACHS - Estamos sabendo que, sem uma intervenção forte do Estado, vamos para o brejo. O Estado tem de estar numa posição de propor.   PERGUNTA - O que é o seu projeto "Crise & Oportunidade"? SACHS - Há necessidade de fazer três coisas. A primeira é ampliar a rede universal de serviços sociais, ou seja, de educação, saúde, saneamento e, quem sabe, habitação popular, porque essa rede atua no bem estar da po...