Entrevista com Helder Barbalho

Entrevista concedida à jornalista Luiza Mello, publicada no “Diário do Pará” em 22.05.2016.

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P: Ministro, como é assumir a terceira pasta no Governo Federal em pouco mais de 15 meses?

R: Em primeiro lugar, é preciso ter foco e clareza sobre as atribuições de cada pasta. Também é fundamental, na minha opinião, se doar integralmente à missão. Ter tido a oportunidade de estar à frente do Ministério da Pesca, por exemplo, foi extremamente gratificante.

P: O senhor pode destacar algum legado de sua passagem pela pasta?

R: Deixamos a semente do Plano de Desenvolvimento da Aquicultura, que já permitiu o aumento de 15% na produção de pescado de um ano para outro. Há muitas outras conquistas. Entender a importância do setor pesqueiro para o Brasil e, particularmente, para o Pará, foi muito importante no sentido de me aprofundar nos problemas do nosso Estado e na busca de soluções. A pesca propicia ao paraense e ao amazônida proteína de qualidade e geração de renda para a população. Um potencial que o mundo começa a descobrir.

P: E sobre o trabalho na Secretaria dos Portos?

R: O Pará tem localização estratégica do ponto de vista logístico que, aproveitada em sua totalidade, vai viabilizar a verticalização produtiva, além de induzir outras alternativas econômicas para o Estado. Consolidamos o Arco Norte, este novo caminho do escoamento da produção. Ao mesmo tempo, mostramos ao Brasil que o País precisa do Estado do Pará como meio de escoamento da produção, descentralizando dos eixos Sul e Sudeste.

P: O senhor anunciou também os leilões das áreas portuárias e o projeto de revitalização da área de porto em Belém...

R: Os leilões das áreas portuárias no Pará estão com data marcada para o dia 10 de junho. Conversei com o presidente [interino] Michel Temer, ressaltando a necessidade de fortalecer a participação da iniciativa privada no setor de logística, e o presidente assegurou que os leilões estão confirmados. Sobre o projeto de revitalização do Porto de Belém, estamos discutindo a concepção do espaço. A sociedade está sendo chamada para dizer que projeto quer.

P: O que a população do Pará pode esperar da Integração Nacional?

R: O Ministério da Integração Nacional tem como missão proporcionar o desenvolvimento nacional; garantir segurança hídrica e oferecer proteção por meio da Defesa Civil Nacional em momentos de catástrofe, de emergência e de calamidade pública. Temos muito o que fazer em nossa região, sem tirar os olhos também das demais regiões brasileiras. Vamos trabalhar políticas públicas para diminuir essas desigualdades sociais. O Marajó, por exemplo, não pode ser tratado com a mesma concepção de política pública de outras regiões paraenses, como, por exemplo, oSul do Estado.

P: O que pode ser feito de imediato?

R: No caso do Pará, por exemplo, temos diversos convênios aqui no Ministério com municípios paraenses. São mais de 166 milhões de reais em convênios, faltando um total de R$ 31 milhões a serem repassados. Na Defesa Civil, temos outros R$ 117 milhões. Meu papel agora, como ministro paraense, é contribuir para agilizar a análise desses processos.

P: Com relação à Sudam [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia], qual será o papel deste órgão no cenário econômico do Pará?

R: Dentro da agenda de desenvolvimento que passamos a executar, está o protagonismo da Sudam no processo de oferta de apoio para empresas e indústrias. Da mesma forma, vamos dialogar com o Banco da Amazônia, já que os fundos constitucionais estão aqui, nesta pasta, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Isso é fundamental para que a iniciativa privada possa ter oferta de crédito para fomentar a produção na região.

P: E como fica a família nesse trabalho árduo?

R: Minha família tem sido extremamente paciente e compreensiva. Minha esposa e meus filhos participam de maneira muito ativa da minha vida, não só no campo pessoal como também no profissional. De certa forma, eles compreendem e já estão acostumados com essa rotina. Quando estou com a família, procuro ser intenso e com qualidade. E eu só tenho a agradecer à minha esposa. Ela é uma mulher maravilhosa, uma companheira extraordinária e comprou a minha história, apostou na minha escolha. E considero isso fundamental para um casal.

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