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Touraine: Serra é continuidade

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Autor: Merval Pereira Onde: O Globo   O sociólogo francês Alain Touraine, diretor de estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, foi professor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e conhece Lula há bastante tempo, a ponto de ter atuado para que a transição de poder entre os dois se desse da maneira como ocorreu, que ele classifica de “generosa” por parte de Fernando Henrique. O sucesso do país, inclusive no campo internacional, Touraine atribui justamente a uma continuidade de projeto político, já que, numa análise mais aprofundada, ele está convencido, não é de hoje, de que os períodos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula são parte de um mesmo projeto. Aqui em Córdoba, onde participou da Conferência da Academia da Latinidade, Touraine me disse que o Brasil está encontrando uma maturidade como nação, com um mercado interno forte e elementos de economia avançada. O consenso entre as forças políticas sobre a necessidade de combinar p...

A “desmagização” do Pará

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Autor: Tony Navegantes     O grande ícone da sociologia, Max Weber, dizia que com o advento da filosofia cartesiana, a qual estabeleceu as bases da ciência moderna e contemporânea, a sociedade passou a viver em um “mundo desencantando”, onde tal desencantamento acarretava perda de valores importantes na interação do mundo físico e metafísico.   Com efeito, isto acabou gerando o que ele denominava de “desmagização das relações sociais”. Em outras palavras, Weber, tentou nos mostrar que o mundo perdeu a magia.   A mágica ao qual o sociólogo se referia, consubstanciava-se na fé religiosa, na harmonia entre o corpo e alma, na esperança que permeia a vida das pessoas que acreditam que a vida não se resume, unicamente, naquilo que vemos e tocamos.   Isto posto percebemos que a sociedade paraense, cada diz mais, faz jus à tese do grande intelectual alemão, Maximilian Cart Emir Weber.   Inobstante o governo petista têm-nos feito uma série de...

BELO MONTE E A NECESSÁRIA AUTOCRÍTICA NACIONAL

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Artigo de Afonso Arinos, advogado paraense, sobre Belo Monte:   BELO MONTE E A NECESSÁRIA AUTOCRÍTICA NACIONAL   Nesta semana, a participação do famoso cineasta JAMES CAMERON em manifestações públicas contrárias à construção da Hidrelétrica de Belo Monte gerou manifestações apaixonadas, e na grande maioria contrárias por entender ser uma ingerência externa e sem conhecimento da realidade e interesse amazônida e nacional.   Entendo que a “QUESTÃO BELO MONTE” representa muito mais que a conflituosa relação entre proteção do ecossistema amazônico e desenvolvimento econômico (nacional e regional), se constituindo como um fato que expõe claramente a debilidade do espírito republicano e o nosso fracasso em promover um projeto de nação.   Recentemente ouvi de uma pessoa com muita experiência política, que havia dois tipos de pessoas no Brasil: aqueles que estão se beneficiando do poder e aqueles que estão querendo se beneficiar deste poder, ...

Quando a vida imita a arte.

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Abaixo um artigo de Marcelo Bulhões, de Castanhal-PA, sobre Belo Monte:   Avatar e Belo Monte: Uma reflexão da saga do Povo do Céu .   Muita gente que eu conheço ficou indignada com a manifestação do diretor de Avatar, James Cameron, contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Eu até entendo as razões da indignação. Mas, Cameron fez o que muitos daqueles que são contra a usina deveriam fazer e são indiferentes.   Assistindo ao filme dos seres azuis, dirigido por Cameron, foi impossível não fazer uma reflexão da ficção com a história que vivenciam hoje os índios da região do projeto da barragem.   No filme um povo que domina a tecnologia (chamado de Povo do Céu) quer explorar a natureza para extrair um mineral com altíssimo valor de mercado. A jazidaestá bem em baixo de uma frondosa árvore que serve de morada para o povo da floresta. Impossível não lembrar dos índios Caiapós e até mesmo da Serra de Carajás nesse momento. ...

Belo Monte de equívocos

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Publicado no jornal “Folha de São Paulo”, de autoria de Célio Bermann, professor do curso de pós-graduação em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo e com vários livros publicados sobre energia no Brasil. A insistência do governo de levar adiante o projeto de Belo Monte mostra que a lógica técnica e econômica cedeu o lugar à obsessão.   Com graves consequências que não se restringem às populações indígenas e comunidades ribeirinhas do rio Xingu. Elas serão também sentidas nos bolsos de todos nós, consumidores de eletricidade. O espectro do "apagão" parece ser a única justificativa para a construção dessa usina. Entretanto, ela também aponta o modelo de desenvolvimento que se quer dar à região amazônica e ao nosso país. A energia a ser produzida pela usina não será utilizada para aliviar a pobreza e incorporar uma parcela da população que sempre esteve excluída das benesses do consumo. Ela será destinada a satis...

Divisão só traria prejuízos ao Pará

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Matéria publicada em “O Liberal”, domingo, 14, no caderno Poder, página 05.   Lutfala Bitar   A divisão territorial do Pará pode varrer do mapa a força política e econômica do principal estado da região Norte do País. Dividido em três unidades federativas, cada um dos estados terá um peso no cenário nacional nada representativo - e ao contrário do tão sonhado desenvolvimento, os estados terão que administrar uma enorme gama de problemas. Esta é a conclusão do engenheiro Lutfala Bitar, vice-presidente da Associação Comercial do Pará (ACP). Para Bitar, a criação dos estados de Carajás e do Tapajós a partir da divisão do Pará trará prejuízos principalmente de ordem financeira.   Segundo o engenheiro, atualmente, as regiões Sul e Sudeste do País participam com cerca de 75% da riqueza territorial brasileira. Os outros 25%, lembra Bitar, estão distribuídos entre as regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste, ou seja, apenas um quarto da riqueza nacional se apresenta do ...

Conversando com os deputados

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  Gerson Peres   Temo pelo desprestígio popular de nossa Assembléia Legislativa do Pará. Fico preocupado com os estimados deputados estaduais, com algo inusitado que ocorre, por um largo tempo, com relação ao pedido da tomada do empréstimo de R$366.000.000 para ser aplicado em benefício do interesse público, pelo Governo do Estado.   Fui presidente da assembléia e compreendo suas preocupações quando lhes chegam pleitos desse tipo, ontem e hoje. Demora um pouco, este porém, está demorando demais. Sobretudo pelas peculiaridades que o cercam. A nossa AL é composta de 41 deputados, escolhidos pelos votos do povo, a quem a aplicação do empréstimo se destinará aos atendimentos administrativos diversos para as melhorias. Nossa AL, historicamente, sempre foi zelosa na busca das informações a todos os pleitos de recursos orçamentários, de créditos extraordinários ou de empréstimos. Nunca os negou, porém, mediante as claras e corretas informações como acaba de fazer a Gover...